O que você mostra por fora é a imagem da “criança” interna.

Alimento  X  Sentimento

Bom, não tem como falarmos de corpo, peso, autoestima, etc. sem falarmos nas emoções, razões, motivos, ações e reações.

Desde que nascemos, o nosso cérebro começa a trabalhar nosso “sistema de defesa psicológico” (não sei se é correto dizer isso). Então ele cria algumas “armadilhas”.

Por exemplo:

Quando com fome, a criança chora e logo ganha leite materno ou outro alimento. O ato de mamar, principalmente no peito, para a criança, nada mais é do que um laço de afetividade entre mãe e filho. Assim, de maneira inconsciente, associamos o alimento a afetividade, sentimentos e humores desde pequenos. Por isso é muito comum (como no meu caso) “comermos emoções”: comemos se estamos felizes, se estamos tristes, porque o dia foi estressado, porque temos que comemorar (já viram alguma comemoração seja de um novo emprego, aniversario, festas sem comida?), e raramente comemos porque estamos com fome.

Assim, como é comum vermos por ai, algumas crianças usam as refeições para ganhar um pouco mais de atenção, que muitas vezes é dividida com outras pessoas. Ou comem de mais ou deixam de comer um ou mais alimentos.

Falando assim, dá ate pra pensar que isso passa com o tempo. Bom, se for algo consciente sim, mas na maioria das vezes não é.

Crescendo por fora

Da mesma maneira que o alimento é usado como uma forma de chamar a atenção, ele faz com que a criança cresça. Dessa forma, ela passa ser reparada com mais frequência: “olha que fofinha”, “que vontade de apertar”… que nada mais é do que “nossa, como você esta gorda” alguns anos depois.

Já adulta, além de comer e engordar, a pessoa passa a chamar a atenção de outras maneiras. Algumas pessoas gritam, xingam e outras viram verdadeiros comediantes. Até mesmo já como forma de tentar “desviar” um pouco o foco das gordurinhas. Já reparam que todo gordinho ou é muito engraçado ou muito chato?

Cobranças e comparações

Esse é um ponto muito delicado, já que cobrar todo mundo sabe!

Não tem coisa pior do que aquele velho comentário medíocre “se ela(e) conseguiu, porque você não consegue?”

E quem disse que você não conseguiu? Será que não conseguiu ou desistiu por cobrarem mais do que você podia?

Então, a dica é a seguinte: FAÇA POR VOCÊ. PORQUE POR VOCÊ, SÓ VOCÊ VAI FAZER!

Repararam que na frase acima tem três vezes a mesma pessoa? Foi preciso alguém além de “VOCÊ”? Pense nisso…

É praticamente impossível ignorar comentários, mas é extremamente necessário. E se prepara: 90% dos comentários são de dentro da sua própria casa/família!

Usando desculpas

Com todo esse enredo, a mente humana acaba por fazer sua pior armadilha: achar a quem culpar para aliviar a própria culpa.

Vamos lembrar que todas essas ações são inconscientes. Por tanto, não tente julgar ou se julgar por isso.

Voltando ao assunto, começamos a achar culpados para nossas ações. E pior do que achar culpados, realmente acreditamos que a culpa é somente dos outros. Nessa faze a sensação é de que tentamos de tudo, e nada dá certo porque sempre tem alguém atrapalhando.

Isso não vale somente pra gordinhos. De uma forma geral, isso vale pra todas as formas de “derrotas pessoais”. Seja no trabalho, na vida pessoal, em formar uma família, em ser alguém melhor, etc.…

Então chega a hora de pensar se realmente é isso o que acontece. E olha, você não vai conseguir fazer isso sozinho. E nem pense em pedir ajuda a amigos, pai, mãe, irmãos, vizinhos, papagaio, gato, cachorro, namorado(a)… a solução é uma só: TERAPIA! Só assim você vai conseguir “enxergar” o que você nem pensa que existe dentro de você.

Desarmando as próprias armadilhas

Pra começo de conversa, é difícil e confuso você admitir que esta fazendo armadilhas contra você memo. E não se julgue por isso, afinal, foi isso que de certa forma você fez o tempo todo!

E é por se julgar, por não se aceitar, por não acreditar em si próprio que essas armadilhas são criadas. É o maior e mais completo sistema de defesa que sua mente cria pra te proteger do seu pior inimigo: VOCÊ!

Assustador? Nem tanto. É melhor ter o inimigo por perto, onde você possa vê-ló e controla-lo, do que longe, fora de alcance.

Solução? Conhecer o inimigo. E ai todos pensam que chegaram ao nível extremo de loucura, sendo inimigo de si mesmo. Mas calma, isso é normal! Louco, mas normal… e saudável.

“- Acha que estou enlouquecendo?

- Acho que sim. Tu estás louca, maluca, perdeu a

razão. Mas vou te contar um segredo. As melhores pessoas são. “

(Dialogo entre Alice e seu pai Willian – Alice no País das Maravilhas, 2010)

Bom, se somos capazes de nos armar, temos que ser capazes de nos desarmar também, certo?

Então vamos começar com uma auto-analise. Temos que pensar em que situações isso ocorre, quem são os alvos a culpa, o que isso trás a você e o mais importante: como não deixar acontecer.

Falando em emagrecimento, por exemplo, o “quando ocorre” fica por conta de todas as vezes que tentamos fazer um regime, dieta ou algo do tipo e não conseguimos.

Os “alvos”, nesse caso, são sempre as pessoas que você acredita serem obrigadas a te ajudar. Na maioria das vezes isso cai sobre as mães ou pessoas que cozinhem/comprem o que você vai comer. Sempre que furamos a dieta vem a frase na cabeça “mas também, minha mãe comprou um brigadeiro e deixou em cima da mesa” ou “ninguém fez nada que eu pudesse comer, ai tive que comer o que tinha”.

O que isso trás nem precisamos comentar, neh? Com esses pensamentos acima, você acaba comendo tudo o que tem de mais calórico na sua frente, mas seu psicológico sempre esta dizendo “calma, a culpa não é sua, foram eles que compraram, ai você teve que comer”, e ele ainda completa “agora que você já comeu, pode comer mais. Agora já foi mesmo, amanhã você recomeça”. E com esse “artifício”, o amanhã é sempre igual o ontem.

Agora sim a conversa fica séria: COMO NÃO DEIXAR ACONTECER? É, só tem uma resposta: não deixando que essas “desculpas” te façam de vitima.

Se tem uma coisa que aprendi é que quem tem que saber o que comer é você. Se for preciso, quem tem que fazer o que comer é você. Se não tem, não coma. Se comer o que tem, só você sofrerá as consequências. E ai pode culpar quem quiser porque só você vai engordar, só você vai ficar pior, só você vai se prejudicar.

Outro segredinho muito importante é não deixar as pessoas saberem que você esta de dieta. Elas são induzidas inconscientemente a te “atrapalhar”.

Concluindo

O que você mostra, sua aparência, seu jeito de ser, nada mais é do que sua criança interna mostrando o quão ruim ou bom está lá dentro.

E é tratando o seu inconsciente como uma criança mesmo que isso se resolve.

Vamos lembrar que a criança agora são as armadilhas armadas pelo seu inconsciente.

Se você fizer tudo que uma criança quer fazer, ela vai ficar mimada, chata, insuportável e sem limites. Vai querer comer tudo que vê pela frente, e ai de quem tentar impedir: ela come mais ainda por birra. É exatamente isso que acontece quando você não pode comer um doce, por exemplo. Dá uma vontade louca, incontrolável de comer que se você não comer parece que vai morrer. Igualzinho uma criança mimada que quer um brinquedo e a mãe não compra, então ela se joga no chão, chora, grita, se esperneia até conseguir o que quer.

E como se trata uma criança mimada? Espancando? Isso é o que dá vontade, e geralmente fazemos com nós mesmos. Depois de comer o doce que a “criança interna” quis, nós nos culpamos, martirizamos, nos tornamos vítimas e nos achamos a pior pessoa da face da Terra.

O jeito é simples, mas o caminho é longo e dolorido. Explique que aquele brinquedo não pode ser adquirido naquele momento, mas que nem por isso ela vai ficar sem. Que é só ter paciência, aquela só não é a hora. E então se não resolver (o que não vai de primeiro momento), deixe a criança fazer birra, gritar, espernear. Melhor ainda, finja que não a conhece, vire as costas e saia andando.

É isso que devemos fazer com nossas vontades. O difícil é que não se trata de outra pessoa.

Assim como uma criança mimada, você tem que entender que aquele doce não pode ser consumido naquela hora, uma vez que você esta com uma dieta em andamento. Mas, que nem por isso, você vai ficar sem. Você vai poder comer, só que aquele momento não é a hora. E então você vai sentir um buraco no estomago só de pensar no doce. Uma vontade louca de comer o que vier pela frente. Mas vai deixar tudo isso como se nada estivesse acontecendo, igual a mãe virou as costas pra criança e saiu andando.

Fácil?

Nem um pouco…

Mas quem disse que ia ser fácil?

A guerra com o inconsciente é uma luta sem fim, a mais difícil das batalhas. Quando uma guerra externa acaba, o inimigo vai embora. Quando uma guerra interna acaba, o inimigo está ali, pronto pra começar uma nova batalha.

Mas é de batalhas que se vive a vida. E é assim que seguimos e PERSEVERAMOS com nossos objetivos.